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Tríplice fronteira: Brasil, Peru, Bolívia

Publicado: 2011-07-28

http://www.youtube.com/watch?v=fEg9fSCCikk&feature=player_embedded

(Por Débora Carpe, 15 de julho de 2011)

A equipe da Sertãobras atravessou do Peru para o Brasil dia 14 de junho de 2011 pela cidade de Assis Brasil, que compõe uma tríplice fronteira com os municípios de Iñapari (Peru) e Bolpebra (Bolívia) e está a 343 km de Rio Branco, capital do Acre.

São Paulo fica a 3.934 km de Assis Brasil, na fronteira do Peru com o Brasil, no Acre

Com população de pouco mais de cinco mil habitantes, Assis Brasil não tem motokars. É sempre visitada pelos mototaxistas peruanos, que transportam pessoas vindas de Iñapari, mas que devido a concorrência dos taxistas de Assis Brasil, só podem voltar com passageiros se estes forem ‘idosos ou crianças’.

Posto da Polícia Federal brasileira em Assis Brasil.

Iñapari possui cerca de mil e quinhentas pessoas e fica a 210km de Puerto Maldonado, de onde recebe energia elétrica, e a 710 km de Cusco. Bolpebra tem cerca de 400 habitantes e recebe esse nome em homenagem às três iniciais de cada país: Bolívia, Peru e Brasil. É famosa pelo Rally Bolpebra, evento anual que atrai motoqueiros de toda Amazônia desde o ano 2000, mas é totalmente isolada das grandes cidades da Bolívia, estando a 1.869 km de Cochabamba, passando por Puno, no Peru, pois pela Bolívia não há estradas.

De Assis Brasil há acesso para o Peru, onde a primeira cidade é Iñapari, ou para a Bolívia, em Bolpebra.

Ficamos parados em torno de quatro horas na Polícia Federal de Assis Brasil, em um calor infernal. Primeiro, esperamos os funcionários da alfandêga retornarem do almoço. Depois, eles barraram a entrada do veículo do nosso motorista Rimberto, que nos acompanhou desde Cusco, alegando que seu carro – registrado como micro-ônibus – legalmente não pode cruzar a fronteira. Foi uma grande decepção para Rimberto, a quem já estávamos afeiçoados e que desejava conhecer o Acre. Por fim, Rimberto resumiu tudo: “O Brasil é muito complicado”.

Não bastasse essa prova de má-educação, Rimberto presenciou uma briga entre motoristas de taxi que estavam à espreita de passageiros, para definir quem nos levaria à Rio Branco. Escolhemos um, que foi acusado de furar a fila dos taxistas, e fomos obrigados a passar para outro. Diante da nossa resistência, os policiais federais resolveram examinar todas as nossas malas no raio-x. Foi identificada pelo aparelho uma peça de goiabada da Calciolândia, confundida com um pacote de cocaína, que estávamos levando de presente para Lou Gold, colaborador da Sertãobras que mora em Rio Branco. Sorte que todos os queijos contrabandeados para o Peru já tinham sido degustados.

Banquete de goiabada com queijo na feijoada de encerramento da campanha de Ollanta Humala.

Segundo ouvimos em Rio Branco, o governo do Acre pretende criar um pólo industrial em Assis Brasil, uma zona franca, para estimular o desenvolvimento. Será esta a saída para a produção e entrada de motocars no Brasil?

No outdoor, dois pontos culminantes do turismo na América do Sul: cristo do Rio de Janeiro e Machu Pichu.


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Segunda Vuelta

Peru, política, cultura e mobilidade.